Afinal, sua organização gera dados, informação ou conhecimento?

Você encontrará na Web inúmeros artigos abordando as diferenças entre esses 3 conceitos, mas te convido a fazer uma reflexão menos acadêmica e mais corporativa, baseada em minha vivência de projetos corporativos.

Não conheço seu ambiente de trabalho, mas com certeza posso afirmar que os sistemas de informação existentes suportam uma quantidade enorme de dados, ainda em um nível muito baixo de integração, mas não necessariamente geram informação e muito menos conhecimento organizacional. Claro que a falta de integração por si só já impede a contextualização da informação, mas existem vários outros motivos que aumentam a distância entre o dado e a informação, como por exemplo a falta de planejamento sobre quais dados e quais fontes de informação devem compor a base de dados.

Para responder a pergunta do título com mais exatidão, o primeiro item que eu avaliaria são os outputs. Que tipos de relatórios e/ou dashboards são disponibilizados em seu ambiente informacional? Os dados (conteúdo bruto) são os mesmos, mas, o contexto (informação) muda conforme a área e são os outputs que devem suprir esses diferentes contextos. Com certeza você já passou por uma situação na qual não conseguiu extrair de um sistema as informações necessárias, pois os dados não eram suficientes ou não eram confiáveis.

Lembre-se sempre: Se não existir dados confiáveis e planejados, não existirá ambiente para contextualizar a informação e tomar decisões. Todo o processo e fluxo informacional começa no dado.

Ao avaliar os outputs é possível identificar quais as informações não estão sendo extraídas dos sistemas de informação. Será que falta output ou não existe input de forma planejada? Se não existe o dado, a situação claro que é mais crítica, mas se for uma questão de gerar novos outptus para gerar novos contextos, você está no melhor dos cenários. Já o conhecimento é um processo individual de internalização da informação e geração de novas sinapses. O conhecimento se dá em nível individual e só será organizacional quando externalizado e estruturado a partir de dados. Ex.: Criar uma base de dados sobre Lições aprendidas em projetos. Enquanto isso não acontecer, será um conhecimento tácito (somente seu).

Atenção: A “Gestão do Conhecimento” são processos criados com a intenção de registrar práticas que devem ser compartilhadas, consultadas e adotadas pela organização.Ela não acontece apenas a partir de sistemas de informação. Não é apenas uma questão de ser 100% digital, de ter todos os processos automatizados ou da empresa ser nato-digital. É preciso ter processos que garantam o registro de conhecimento tácito individual na forma de dados estruturados.

Alguns aspectos perceptíveis muito comuns que impedem a organização de transformar dados em informação e informação em conhecimento, são:

  • Falta de controle de qualidade e definição de fontes de informação em relação aos dados;
  • Inexistência de relatórios e dashboards que permitam visualizar várias formas de combinação entre os dados podendo contextualizá-los e transformá-los em informação relevante;
  • Baixa integração entre os sistemas de informação gerando retrabalho e falta de visão sistêmica;
  • Dificuldade e insegurança na tomada de decisão;
  • Cultura individualizada e decisões estanques (baixo grau de colaboração e compartilhamento de experiências).

E agora, por onde começar?

Como os dados são realmente o início de uma organização estruturada, digital e inteligente, começaria por um projeto de governança de dados. Aos poucos, sem querer resolver tudo de uma vez, mas comece sabendo onde estão as inconsistências, as redundâncias, o descontrole, a falta de processos e faça um belo diagnóstico apontando prioridades e visão estratégica organizacional.

Com a vigência da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, todos os tipos e tamanhos de empresas estão sujeitos a sanções e são obrigadas a cuidar de seus cadastros. Talvez possa ser um bom começo para sua empresa.

E aí, respondi à pergunta do texto? Vamos interagir sobre o tema? Qual a sua experiência e visão sobre o que abordei aqui?

Renate Land

Especialista em Gestão de dados, Informação e Documentação; Gestão de conteúdo: Assessora digital; Docência.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Recomendados para você

×