A Ciência da Informação e a Ciência de Dados possuem em comum alguns conhecimentos e práticas, mas se distanciam muito em seus objetivos por serem complementares.
Existem gaps de conhecimento em ambas as áreas que provocam muito ruído de comunicação e ameaçam muitos projetos de Gestão e Governança de Dados.
O profissional de TI por sua vez não tem a formação em nenhuma das duas áreas mencionadas e por muitas vezes a bola vai parar na área da TI sem que tenha profissionais com especialização adequada para “defendê-la” e acaba assumindo um projeto que deveria ser multidisciplinar.
A prática recomendada no mercado, é buscar criar a Governança de Dados em uma área de Negócios, por ser uma área estratégica e necessitar de equipe com enfoque múltiplo para atender aos múltiplos desafios. Quando não houver essa visão ou área na organização, a recomendação é criá-la, pois nenhuma outra área terá as práticas necessárias para implantar os novos processos e cultura organizacional. A área deve ser forte e vinculada à alta diretoria.
Para entender um pouco a diferença entre a Gestão da Informação e a Governança de Dados, criei um quadro com algumas comparações que podem ser úteis e estabelecem algumas fronteiras. Muito importante que uma beba na fonte da outra, pois são áreas que possuem uma troca muito rica. O profissional da Informação pode apoiar a padronização de dados, a definição de metadados, elaborar glossários, criar taxonomias e categorias que ajudam a estruturar e definir os dados mestres, transacionais e de referência.
Segue o quadro comparativo que mantenho na versão beta contando com seus comentários, críticas e sugestões.
Gestão da Informação | Governança de Dados |
---|---|
Dados estruturados | Dados estruturados, semi e não estruturados |
Dados estáticos | Dados dinâmicos |
Volume de dados pequeno (em comparação) | Volume em alta escalabilidade |
Sistemas de Gestão de Acervo. Ambiente híbrido com documentos legados em papel, natodigitais e digitalizados | Sistemas de Informação complexos em diversas camadas e aplicações. Muitos sistemas de informação legados, pouca documentação e várias gerações de linguagens e sistemas operacionais |
Foco na recuperação de registros (informação) | Foco na tomada de decisões, obtenção de insights, B.I, Análise preditiva e visão estratégica |
Foco na padronização da Informação: Tesauro, Taxonomia, Classificação, Indexação | Foco na transformação do dado em informação, seu ciclo de vida e tipos de dados: mestre, transacionais e de referência |
Gestão da Informação | Governança de Dados |
---|---|
Relatórios gerenciais | Relatórios estratégicos |
Pouco impacto na velocidade das mudanças tecnológicas | Altíssimo impacto nas mudanças tecnológicas |
Competências técnicas na área Biblioteconomia e Arquivística | Múltiplas competências, incluindo Biblioteconomia e Ciência da Informação |
Entregas: Produtos e Serviços informacionais e Organização/Recuperação de recursos informacionais | Entregas: Aumento da produtividade organizacional, Painéis (dashboards), indicadores e relatórios estratégicos |
Visão sistêmica, mas cultura isolacionista | Visão sistêmica e cultura de integração |
Gestão da Informação | Governança de Dados |
---|---|
Organização baseada em Códigos Universais e adaptada aos inúmeros ambientes informacionais | Disciplinas baseadas no framework da DAMA – Data Management Association e modelos de maturidade, gestão e qualidade de dados |
Área com baixa representatividade e pouca articulação no Brasil. Ações e eventos dispersos. Poucos cursos livres | Área com baixa representatividade no Brasil, mas com sinais de crescimento. Poucos cursos livres, mas muitos online |
Área exige graduação | Área exige especialização. Não há graduação |
Referência da área nos EUA: www.aiim.org | Referência da área nos EUA: www.dama.org |